Reseña
WARAT, Luis Alberto.
POR OUIEN CANTAN LAS SIRENAS / INFORME SOBRE ECO-CIUDADANIA. GÉNERO Y DERECHO - INCIDENCIAS DEL BARROCO EN EL PENSAMIENTO JURÍDICO.
POR OUIEN CANTAN LAS SIRENAS / INFORME SOBRE ECO-CIUDADANIA. GÉNERO Y DERECHO - INCIDENCIAS DEL BARROCO EN EL PENSAMIENTO JURÍDICO.
Joaçaba / Florianópolis: Edições UNOESC / CPGD, 1996.2
Enhorabuena! Finalmente temos um livro de
Luis Alberto WARAT publicado no Brasil e em espanhol, sua língua de origem. Um
espanhol carregado de ex-pressões brasileiras e argentinas, verdadeiramente
latino-americano, demonstrando como são tênues as fronteiras geográficas assim
como na letra de Caetano Veloso: Flor do Lácio
Sambódromo/lusamérica Latina em pó/ o que quer/ o que pode/ Esta língua?
Conta-se que na Grécia Antiga, um oráculo predissera às sereias que elas
viveriam o tempo em quefpudessem reter os navegadores através de suas vozes;
caso um único passasse, sem ficar preso para sempre em seus encantos, elas
mor-reriam. Então: as sereias cantam por elas mesmas, para sobreviverem e assim
são estes escritos de WARAT, dizem respeito à sua (e também nossa), própria sobrevivência.
Seu ponto de partida?
A necessidade da busca de um saber que possa intervenir y operar
en esa vida Del cambio permanentemente sorprendente, onde velhos
saberes apenas nos aprisionam.
Unindo suas reflexões através do fio do encanto - representado pela
literatura e cinema que permanentemente são referidos em seu texto - e das
angústias provocadas pelas profundas mudanças a que estamos submetidos, o autor
reúne aqui dez artigos e um apêndice. Como ele mes-mo gosta de dizer, as vozes silentes
em seu texto, são entre outras: Freud, Guattari, Deleuze, Pregogine,
Bacheiard, Leford, Morin, Eco, Emiliano Galende, Sueli Rolnik, Baudrillard,
Julia Kristeva, sem esquecer Cortázar, Pessoa e Borges.
Na explosão de metáforas em que seu texto tranforma-se, o autor busca
dentro de si e no seu exterior a confirmação de suas teorizações, dentro de uma
linha constante onde três temas são recorrentes: a ecologia do ponto de vista
do cidadão – ecocidadania -, o gênero e o direito.
Por eco-cidadania entende a união entre ecologia e cidadania
sendo esta última compreendida em seu sentido mais amplo, “como uma forma
solidária de encontrar-se, autônomos, frente à lei, de exigir o cuidado público
da vida” (p. 26). A busca deve partir da ecologia na medida em que esta
visa melhorar não só as condições ambientais, mas também as sociais e afetivas
da existência (p. 23).
Uma das pontas deste iceberg que é o nosso mundo em constante mutação, surge com a cibernética. Assim, ele descreve e recomenda cuidados frente a esta nova realidade:
Algo así como la búsqueda
de los estilistas del saber, que nos permitan encontrar el equilíbrio entre lo
externo (asumido como sociedad real) y la sociedad de los simulacros y las
virtualidades potenciales. Estilistas que también sean dietólogos y nos ayuden
en una dietética de la información. Nos salven de un exceso aniquilador
(lacibergordura)
E a partir da angústia que ela lhe cria, tenta estabelecer tendências prospectivas, faz recomendações mostrando outro caminho, que ele presume ser a ecologia (p.58).
As questões de gênero vinculam-se à eco-cidadania, dado que nesta esfera
ocorre a “interpelação recíproca do masculino e do feminino como ‘condição redefinitória’
do sentido da ecologia, a cidadania e a subjetividade” (p.23). É neste ponto em que brilhantemente afirma: Los
hombres no se preguntan que es ser hombre. Ellos se preguntan (dando por
descontada la respuesta, por la ley de la masculinidad) si son suficientemente hombres.
La hombría siempre cuestionada, permanentemente ahí al borde de su descalificación.
Esto genera un imperativo que legitima el exceso como comportamiento reiterado.
El exceso confirmando la identidad: la valentía convertida en temeridad, la
autoridad en autoritarismo, la competencia en agresión y la omnipotencia en el
lugar de la muerte o la fragilidad (p.105).
Baste este pequeno trecho para vermos que, em suma, temos novamente uma releitura
aguda e sempre surpreendente da condição humana e o equilíbrio ser/natureza do
ser/natureza. Simplesmente imperdível.
Resenha de Daniela M.
Cademartori, doutoranda CPGD/UFSC e Profª UNISUL
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