9 de septiembre de 2009
Aquela mulher
Tinha os cabelos longos e sedosos, lembrava muito uma jabuticaba suculenta. E eu admirei a forma simples da mulher estar na vida.
A filha, para quem ela escolheu estar, era suave e delicada, e também um pouco triste. Dessas tristezas transparentes que carregam os pequenos que tem um adulto inteiro só para si.
E eu que nasci madura da cabeça de meu pai, nunca soubera o que é ser assim, simples e inteira como aquela mulher.
Os filhos que escolhi ter carregavam minha marca, doce mistura de quietude e selvageria.
Olhando para a mulher e sua menina pude ver inteiro o que já sabia. A vida que escolhi restava incompleta.
Plena de defeitos minha pele era feita de Cal.
Não sabia o que era ser mansa.
Nasci com sede. Sede de Sal.
Nunca soube amar o que a vida me deu.
Guardo escondido o ressentimento daqueles que vivem uma vida de promessas.
Tenho a alma irada, daqueles que vagam e nunca encontram.
Queria poder viver o que a pele de uma mulher me permitia. Nunca pude.
Sua uma mulher inacabada.
Guardo em mim todos os sonhos de amor.
Andréa.
Postado por A.Beheregaray às 17:01 0 comentários
Sexta-feira, 11 de Setembro de 2009
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