27 de diciembre de 2011

Delírio

A produção de sentidos é um delírio harmonizado por uma alteridade cúmplice, quer dizer de um delírio que impulsionado pela mesma gramática de produção dos sonhos, que pode ser aceito por convenções de receptores que estabelecem pactos sobre o delírio, que logo expandem com variações conotativas cada vez que esses sentidos voltam a serem utilizados.
O sentido é um delírio em estado cartográfico que vai construindo uma realidade dinâmica carregada de mistérios que incitam a interpretação em cada uso. O delírio do sentido esconde sempre uma mensagem a ser decifrada. O real é indecifrável fora do delírio dos sentidos.  O real do existente não passa de marcas, significantes sem conotação. Uma caos quieto. (...) Colocar o delírio no lugar do sentido nos mostra que todo saber é delírio e o delírio é um saber.”

Warat – A Rua Grita Dionísio p.97-98

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