4 de agosto de 2009

O sonho do rio


O sonho oblitera a realidade?
O rio é um rito que se cumpre sempre.
Só rio.

Pressionada pelas exigências da sociedade,
faço os sonhos correrem de mim e clamo pela palavra real.
Mas veja: as palavras retalham quando se é lúcida demais segundo os padrões vigentes.

O direito é avesso.
O real humanamente criado é agressivo.
Novamente vou tateando pelo território onírico.

Entre a sombra e a luz
Crio formas, cores, texturas.
Reinvento memórias.

Por tanto, o sonho.
O sonho faz meu coração armar rede em varanda arejada.
Estrelas brilham, o amor é fluido, possível.

Sem correntes.
Corrente-za.
Fluxo.

Todo meu universo é um só verso
Um só lugar.
Rio.

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