25 de junio de 2009

Almas gêmeas ou dragões gêmeos

Querido amigo,

Há algumas décadas, três pelo menos, tenho dito que não preciso escrever porque isto você o faz por mim de maneira inigualável. Meu fotoblog é hoje mais do que nunca a prova final desta minha afirmação. algum dragão meu é gêmeo de algum dragão teu. Amei a inscrição, amei a figura! amei a fala shakespeareana, amei a apresentação, tudo isto porque eles refletem nossos dragões gêmeos que falam por eles mesmos a partir de um plano que desconhecemos mas que o existenciamos ao longo de nossas vidas, muitas vezes sem nem perceber. Estou encantado por perceber isto de maneira tão forte, tão real, numa prova clara que tempo e espaço são meras ficções a nós estabelecidas e que também estabelecemos para pousarmos em Gaia e assim cumprirmos nosso desiderato. Nestes momentos, liberdade e circunstância deixam o plano de Gaia em nome de algo maior, de algo que só a intuição permite, tal instinto, tal o princípio que rege a condiç ão existencial Cósmica. Agradeço por haveres possibilitado um vislumbre de tudo o que nos inspira para nossa caminhada continuar, simplesmente continuar, nos apercebendo mais e mais daqueles outros que continuam com seus dragões adormecidos, aprisionados e condenados a nunca se manifestarem em Gaia, onde deveriam ser recepcionados pelos outros dragões, tantos e tantos, que manifestadamente confusos acontecem na loucura, na dor, na melancolia, na nostalgia, na saudade do nunca visto, no ato criador do poeta, das figuras messianicas, dos andarilhos, nos blogs surreais, nos fotoblogs surrealistas. Aceito ser um narrador-dragão a falar com outros narradores-dragões, ouvinte e falantes, que sorriem, que choram, que silenciam, que deixam as palavras e as imagens fluirem ao largo das estruturas lógicas da vida, ao largo dos formalismos, dos cientificismos. Falas e escutas de dragões foram, são e sempre serão falas amorosas, emancipadas e emancipatórias. Somos falantes t uaregs. Falamos nos desertos, aos deserdados como nós. Construimos mundos no meio dos escombros da civilização, somos avatares que não pregam nem a salvação, nem a redenção, nem a remissão dos pecados, muito menos uma promessa de felicidade empacotada nos shoppings da cultura consumista. Somos avatares dos caminhos que ainda não existem, mas que podem ser construidos. Caminhos cultiváveis pelo hedonismo, pela sensualidade, pelo dionisíaco.
Meu afeto e carinho para todos os teus dragões e em especial ao nosso dragão gêmeo
Albano

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