Esta semana, foi lançada a 29° edição do jornal Estado de Direito, “Direito à diferença na igualdade de direitos”, que traz caderno especial com textos em homenagem ao professor Luís Alberto Warat, pertinentemente entitulado “Estado de Exceção”.
O Caderno conseguiu refletir a polifonia de vozes e influências que sempre marcou o pensamento waratiano, que nunca se apresentou como um, mas como muitos. São textos que permitem compreender o presente, os projetos contemporâneos do jusfilósofo baino-argentino, sem perder de vista a rica trajetória passada.
Textos como “Manifesto da Cátedra Livre e multiversitária de Filosofia, Arte e Direito”, “Cafés filosóficos: a última aposta waratiana” e “O Movimento Casa Warat”, de Luís Alberto Warat em parceria com Willis Santiago Guerra Filho, de Willis Santiago Guerra Filho e de Eduardo Gonçalves Rocha respectivamente, permitem compreender os desafios e consequências pedagógicas do pensamento waratiano. Apresentam práticas que buscam recuperar a sensibilidade perdida, o resgatar a complexidade que marca o humano (a morte, a dor, o ódio, a compreensão, a incompreensão, o amor) e o encontro com o outro. Os Cafés Filosóficos, as Casas Warats, as Catedras Livres, a Universidade Popular (UNISUP), os Cabarés são exercícios direcionados para esse objetivo, talvez a meta que mais consumiu energia de Warat nos últimos anos. Era preciso captar o grito e ao mesmo tempo levar Dionísio para a rua. Foram pensados para tal fim projetos abertos, multiformes construídos a partir de vivências de múltiplos grupos.
Em “A superação do dispositivo de Narciso”, de José Luís de Quadro Magalhães em parceria com Tatiana Ribeiro de Souza, e “Amar não é Direito?”, de José Rodrigo Rodrigez, é possível compreender o impacto da obra do anjo torto no pensamento jurídico brasileiro. Os autores demonstram como a abertura da episteme para o amor permite pensar os conflitos a partir de um novo ângulo, criando novas reivindicações sociais e exigindo novas respostas. Demonstram a influência waratiana ao se pensar institucionamente o Direito, campo tão contestado por ele em seus últimos escritos.
Ainda vale a pena destacar, “Crítica da razão jurídica”, de Paulo Ferreira da Cunha, “Dragones waratianos”, de Leopoldo Fidyka, “Luís Alberto Warat e a crítica jurídica brasileira”, de Ricardo Prestes Pazello, e “Em fuga do paraíso”, de Luísa Marilac. Permitem compreender quem foi o único jusfilósofo argentino-baiano, a sua importância para o pensamento jurídico, a relevância de sua crítica, o impacto de sua prática pedagógica, seu poder de encontrar com outras moléculas amigas e marcar para sempre o tecido de vidas. Entre os diversos méritos, cumprem a tarefa de apresentar algumas das diversas vozes e devires que marcou a trajetória de Warat, servindo para apresentar o autor.
Esses são apenas alguns dos artigos presentes no Caderno especial “Estado de Exceção”, todo ele marcado por textos igualmente prazerosos e relevantes e se não os comento aqui é para não prolongar mais este post. Leitura extremamente agradável, que em diversos momentos fez-me parar, pensar e emocionar.
O link: http://www.estadodedireito.com.br/2011/03/17/edicao-n%C2%BA-29-do-jornal-estado-de-direito/
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